É poesia olhar pro céu azul quando o dia se entrega.
É poesia ver a natureza se recolhendo.
É poesia presenciar o tempo vindo buscar mais um dia, pegando-o devagarinho pela mão e levando-o pra longe daqui, sei lá pra onde.
É poesia ver a Terra indo descansar para o espetáculo silencioso que inicia quando o sol acordar.
Os anos passam, o calendário envelhece, a ciência avança e a modernidade surpreende os sentidos.
Mas nada supera o ato perfeito da poesia de uma tarde que acaba.
Sem fogos, sem manchete, sem música, sem dança.
Só o silêncio e o degradê do azul sumindo.
Atrás de mim, a televisão ligada desconversa. A cirene gritando lá longe, na avenida. Mais uma noite urbana e artificial começou.
Boa noite.
Comentários