A última poesia

No comments

Foi na noite que a vida encanou todinha
Naquele lugar
E os pés esquentavam aos poucos lá longe
E a ponta do nariz gelava aos poucos ali perto
Que lembrou da ausência
E a dor chegou
E foi tanta que transbordou
E vazou
Gotas que foram longas
Que correram dali
Num caminho úmido
Até desaparecerem entre a malha
Do blusão
E se foi
Naquele lugar
Foi na noite que a vida encanou todinha
E se foi
Naquele lugar
Só quando o sono chegou
E encontrou um corpo
De pés quentes
Nariz gelado
E o blusão, apesar de aquecido,
Molhado

Juliano RigattiA última poesia

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *