Para quem já amou ou já foi amado

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A tevê desligou no meio do segundo tempo da final do campeonato. A luz da sala se apaga. O filho havia chamado o pai minutos antes, que resolveu atender ao pedido. Naquela noite de quarta-feira nada seria mais importante que tomar a lição do pequeno Eduardo.

Enquanto Melissa deliciava-se com o único prato de feijão que fora possível cozinhar, o estômago daquela mãe doía. E já não era a primeira vez que Maria renunciara à passagem de ônibus que a levava ao tão sonhado supletivo para manter a filha saudável — e disposta para uma tarde inteira de aula.

A semana havia sido puxada, o corpo já reclamava por descanso. Mas Álvaro levantou-se e, violão às costas, pôs-se a caminho. Ia animar mais uma vez a tarde de sábado daqueles vovôs e vovós carentes de qualquer tipo de visita, de qualquer tipo de atenção.

Enquanto cenas como essas se repetem em nossa sociedade, muitos ainda confundem amor com vontade de estar junto, com sexo, com afago, com rosas vermelhas, com um coração vermelho, com serenatas.

Talvez Rodrigo, Melissa e aqueles vovôs e vovós nunca agradeçam o que aquele pai, Maria e Álvaro fizeram por eles. E um dia, felizes, talvez nunca se deem conta do bem que receberam.

Se você já foi amado, algum dia alguém se doou por você. Se você já amou, certamente já abriu mão de alguma coisa e sabe do que estou falando.

São os nossos sofrimentos, as nossas pequenas mortes cotidianas que contribuem com a felicidade do outro. E com a nossa.

Não basta gostar, não basta estar junto, é preciso abrir mão de prazeres, é preciso desrespeitar nossa própria vontade, nosso instinto, em favor do outro. Isso — e nenhuma outra coisa — é o amor.

A vaidade dos homens os separa. Só o amor é capaz de submeter a vaidade à gratuidade e unir casais, pais de filhos, voluntários de desconhecidos.

Quando e onde aprendemos isso?

Há dois mil anos, num lugar chamado Calvário (em aramaico Gólgota), atualmente na região de Israel, um país da Ásia Ocidental, situado na margem oriental do Mar Mediterrâneo. Naquele dia, um homem precisou aceitar uma morte injusta para nos ensinar o que significa o amor. Só uma coroa de espinhos seria pouco. Chibatadas? Alguém ainda não entenderia. Perder todo o sangue do corpo a ponto de deixar escorrer água das veias? Seria insuficiente.

Se o grão de trigo não morrer, não produzirá frutos. Sábio Jesus de Nazaré. Sábia natureza.

Que para os cristãos a cruz signifique o centro da fé. Para os demais, o símbolo da fábula mais importante de todos os tempos. Para mim, não há mais discussão. Foi a morte de Jesus Cristo, filho de Deus, no alto de uma cruz de madeira que deixou tudo claro como um céu sem nuvens: ninguém ama alguém se não exigir de si mesmo algum tipo de morte.

Iniciou a mais importante de todas as semanas.

“Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13, 36)

Feliz Páscoa a todos!

Juliano RigattiPara quem já amou ou já foi amado
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As lições de dezembro

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Você conhece o programa Amor-Exigente? Se não, saiba que está perdendo um bocado por não ter dedicado parte de algum dia para descobri-lo. O Amor-Exigente é um programa que auxilia as pessoas – qualquer pessoa, em qualquer idade, com qualquer credo ­e qualquer sofrimento – na mudança de comportamento para uma vida mais feliz. E você estranhará o que vou dizer: é de graça. Trazido para o Brasil há coisa de vinte anos, foi adotado pela problemática da dependência química e hoje auxilia os familiares dos doentes a se recuperarem e, em consequência, ajudarem no tratamento de seus entes queridos.

No último dia cinco deste mês, na Rádio Aliança, em Porto Alegre, enquanto apresentávamos o programa Escolhe, Pois, a Vida, sobre dependência química, a questão surgiu: por que o “amor”, esta palavra tão popular, esta atitude tão elementar, que dá nome ao programa, aparece só no final, no último princípio, e é refletido nos grupos de apoio só quando o ano está prestes a terminar e as pessoas têm menos tempo, estão mais cansadas, gastando suas últimas energias? Por que, ora bolas?

Por que você não sabe o que é o amor. Você não sabe amar. Não (pausa) sa-be. Simples assim. Por isso, propositalmente, o Amor-Exigente exige que os seus aprendizes passem 11 meses do ano desconstruindo suas vidas, questionando suas certezas, para, ao final, reunirem mais condições de — fiat lux! — descobrirem o sentido e a aplicação do verdadeiro amor.

Dezembro. E por que o Natal é em dezembro? Estranho: uma data tão legal bem chega justo quando temos menos tempo, menos disposição, menos fôlego e menos dinheiro. Sim, temos o 13º, quem tem emprego com carteira assinada tem o 13º salário, mas o apelo consumista é tamanho, que passamos a ter menos dinheiro que, digamos, em novembro.

Pois bem, afirmo-lhes: o Natal só poderia ser em dezembro. Assim como o “amor” só poderia estar no décimo segundo princípio do Amor-Exigente. Se o Natal fosse em agosto e o “amor” fosse o segundo princípio do programa, as pessoas não entenderiam o que é o Natal, não entenderiam para que serve o “amor”. Porque o Natal, em sua essência, quer fazer renascer dentro de nós a luz da vida, a luz da esperança, de dias melhores, de um ano melhor, de relações mais amorosas. Tudo muito bonito. Mas você não faria nada disso, não estaria disposto a nada disso, não reuniria os amigos para um Amigo Secreto, não faria um happy-hour com os colegas do trabalho, não ligaria para o tio que mora longe, não rezaria mais – atenção! – SE VOCÊ NÃO PECISASSE. Têm coisas que só fazemos direito quando realmente precisamos fazer, não é? Tem gente que só faz regime depois do infarto e organiza as finanças depois de sujar o nome. Portanto, você só reuniria as últimas forças que lhe restam para celebrar a vida se você, quase por uma questão de sobrevivência, precisasse muito fazê-lo.

Em dezembro, você precisa. Eu sempre preciso, ao menos. É em dezembro, no último mês, quando você exibe todas as cicatrizes do ano, quando a camiseta está molhada de suor, que você está pronto para celebrar o Natal. Só agora você sabe quão difícil é um ano inteiro. Sabe quanta força e quanta fé – seja lá no que for – é necessário para cair e levantar, seguir em frente durante mais de 300 dias. Desse modo, este é o tempo oportuno.

Mas não é fácil viver o Natal. Como não é fácil amar alguém.

Você nem precisa ter uma religião, nem precisa acreditar na veracidade dos evangelhos que narram a passagem de Jesus Cristo, o filho de Deus, na Terra, para perceber a importância de, pelo menos, estes três trechos a seguir, copiados dos livros escritos por São Marcos e São Lucas, há mais de dois milênios, e recordados nestes tempos pela Igreja Católica. Ei-los:

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (Marcos 13, 33-37)

“Naquele momento Jesus exultou no Espírito Santo e disse: ‘Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar’.” (Lucas 10, 21-22)

“Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no Livro do profeta Isaías: ‘Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’’ Foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. Toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam ao seu encontro. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão. João se vestia com uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel do campo. E pregava, dizendo: ‘Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo’.” (Marcos 1, 1-8)

Vigia teu comportamento para poder olhar o mundo com olhos de criança, mas te prepara para conseguir fazer isso. Esta é a lição dos três trechos acima. Nada mais oportuno que esses três conselhos. Porque se eu não vigiar meu comportamento, se eu não ME vigiar, como o guarda daquela guarita da rua ao lado da sua, ou como o segurança e a sua arma comprida, que guarda o carro-forte ao lado do supermercado, ou como aquele pitbull do vizinho, passarei o mês de dezembro fazendo contas, comendo panetones e comprando fogos de artifício. E o ano seguinte iniciará sem que eu tenha feito o que até as empresas fazem neste tempo: um balanço do que passou e um planejamento dos despendiosos meses que virão.

E se eu não deixar de lado um pouco da lógica com a qual te ensinaram a ver a vida, a passar a enxergá-la com olhos de criança, com inocência, como quem vê tudo pela primeira vez, não acreditarei que ano que vem as coisas darão certo. Um adulto com todas as suas malícias e preocupações não é capaz de admirar as andorinhas voando em “vê” no céu. Não é capaz de perceber que nenhuma onda produz o mesmo som quando se derrama na areia da praia. É preciso infantilizar-se para ver o mundo como ele é de verdade, sem os nossos filtros e as nossas interfaces carregadas de preconceito e de paradigmas.

E, por fim, a última lição é: prepara-te. Aplaina os caminhos, varre pro lado – ou pra longe! – o que te atrapalha. Ninguém alcança um resultado diferente fazendo sempre a mesma coisa. Logo, crie novas rotinas de oração, de descanso, de lazer, de convívio. Discipline-se para mantê-las durante este mês – ou durante 2012 inteiro. Só assim, negando seus atraentes instintos é que você conseguirá chegar na noite do dia 24 preparado para vivê-la de verdade.

Pense nisso e tenha um Natal feliz e abençoado.

Juliano RigattiAs lições de dezembro
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É só o amor

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“Meu objetivo é te preparar para o futuro, não ser amada por você.” Frase de Amy Chua, autora do livro Battle Humn of the Tiger Mother (Hino de Batalha da Mãe Tigresa, em tradução livre).

No início do ano, a mídia brasileira e internacional dedicou espaços generosos ao polêmico livro Battle Humn of the Tiger Mother, de Amy Chua, que conta como a autora, uma mãe chinesa, criou suas duas filhas. A obra causou muito espanto pela rigidez dos métodos de educação praticados. Não li o livro, mas Caio Blinder, colunista de Veja, contou à época que na obra “há relatos de como ela inferniza a vida das duas filhas para serem nota 10 (como a mãe). Foram criadas sob regras que alguns mais histéricos dizem equivaler a abuso infantil. As garotas devem ser  primeiro lugar em tudo (não apenas na escola), agir com perfeccionismo até para escrever um cartão de feliz aniversário e ter uma vida de quartel: nada de televisão, vida social ou dormir na casa das amigas, além de tocar piano e violino com padrão Carnegie Hall (a filha Sophia chegou lá). Quando as meninas não correspondem às altas expectativas, castigos e chacotas da mãe tigresa”.

Vinte e sete anos antes da mãe tigre ficar conhecida, em 1984, um padre norte-americano, Haroldo Rahm, importou de seu país natal para o Brasil um programa chamado Tough Love e adaptou-o ao nosso país com o nome de Amor-Exigente. A metodologia de auto e mútua ajuda desenvolve preceitos para a reorganização da família. Todo o trabalho feito pelos seus profissionais e mais de 10 mil voluntários em todo o país visa aplicar uma metodologia rigorosa de mudança do comportamento humano, que coloca a família no centro do processo. Atualmente, o Amor-Exigente é muito conhecido por ajudar no tratamento de familiares de dependentes químicos.

Mas o que a história de uma mãe chinesa e seu método de educação extremo e discutível tem a ver com uma receita norte-americana reconhecidamente bem-sucedida para recuperação da família de drogados?

Os elos dessa semelhança são exatamente o amor e a família.

É dentro do lar, nessa pequena sociedade onde crescemos, nos desenvolvemos e aprendemos a ser cidadãos, que nasce a maioria dos casos de desvio ético, de corrupção, de criminalidade, de drogadição. Não quero analisar aqui se são corretos os métodos aplicados por Amy. Minha provocação visa trazer à reflexão um questionamento central: que tipo de amor educa?

Pelos relatos que ouço há mais de um ano na Rádio Aliança participando do programa Escolhe, pois, a Vida (que discute prevenção e recuperação da dependência química) posso arriscar: o amor que educa é o amor que é exigente. Um amor que não é só afeto, que não é só sentimento; um amor que é atitude, comportamento, comprometimento. Quando eu amo, minha forma de agir prioriza a felicidade do outro, e não o meu bem-estar. Este amor ignora o meu prazer e o meu conforto. Com este amor, combina muito mais o “não” do que o “sim”. Um “não” que aponta limites, que ensina responsabilidade. Não um “sim” permissivo em excesso, que lava as mãos, que é condescendente, que inspira a libertinagem e negligencia o bom exemplo. Que autoriza os filhos, esses aprendizes da vida, a legislar dentro de casa, dentro da sala de aula.

Sempre será saudável para pais e mães pensarem sobre que tipo de amor praticam em seus lares. Talvez a história chocante da mãe chinesa nos traga essa valiosa contribuição. Antes que seja tarde.

Nossa sociedade adoece, vítima da violência e das drogas, porque não pratica com seus filhos o verdadeiro amor. Porque não os ensina a alcançar os objetivos, a conquistar a felicidade por seu próprio esforço, a duras penas, percebendo seu papel e seu valor na sociedade. Por estas causas é que luta o Amor-Exigente, representado em Porto Alegre pela Apaex (Associação Porto-Alegrense de Amor-Exigente) e nacionalmente pela FEAE (Federação de Amor-Exigente). Essencialmente, o Amor-Exigente, organizado em 12 princípios básicos e éticos, existe para cumprir o seu lema: “eu o amo, mas não aceito o que você está fazendo de errado”. Viveríamos em outra sociedade se todo filho escutasse isso de seus pais um dia.

Nenhuma família está livre. Ainda que ela fale todas as línguas, as dos anjos, as dos homens, as dos livros, a da tecnologia, se não tiver amor, será como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo uma família aparentemente perfeita, que conhece todos os mistérios e toda a ciência; que possui toda a fé, a ponto de operar milagres, se não tiver o amor, não será nada. O amor de verdade é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. O amor de verdade não tolera atitudes inapropriadas, não se alegra com a injustiça, mas se realiza com a verdade. Só o amor que é reto, que é exigente, tem o poder de recuperar adultos, de transformar crianças, adolescentes e jovens em pessoas sadias, felizes e amorosas.

Juliano RigattiÉ só o amor
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De todo o amor que tu tens

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Fui saber quem foi a Dona Cila há pouco tempo. Desde bem antes de conhecê-la, uma canção com o seu nome, composta e interpretada por Maria Gadú, sua neta, mexia comigo, não me saía da cabeça. Gadú diz o seguinte logo no início de sua poesia musicada:

De todo o amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minha alma da vida
Sorrindo e fazendo meu eu

Era uma noite gelada e chovia bastante também. O Tio Brandão, que nunca fora parâmetro para assuntos de temperatura porque nunca sente frio, vestia um moletom e podia-se especular se havia pelo menos uma camiseta por baixo dele. Era possível que não. Samanta, mais alguns astutos mortais e eu o ouviríamos ministrar o curso de Batismo no salão paroquial da igreja Nossa Senhora da Saúde, no bairro Teresópolis, zona sul de Porto Alegre. Com muita alegria, nos preparávamos para ser padrinhos da Rebeca, filha do Juliano e da Melissa.

Alguns podem estranhar que seja necessário uma preparação para tornar-se padrinho ou madrinha de alguém. Mas tem que, sim. O Espírito Santo falou por meio do Tio Brandão aquela noite e plantou em nossos corações esse significado: o desejo e a responsabilidade de dar, de ensinar à Rebeca, o amor, que é de Deus.

Naquela fria e encharcada noite de quarta-feira, ouvimos que Deus nos amou desde o início, nos projetou e desejou que estivéssemos vivos. Por alguma razão desejou isso. Um dia, bem antigamente, o homem, tomado de vaidade, afastou-se do amor, e tomando o caminho contrário, desejou ser Deus. Assim, nasceu o pecado com Adão. Desde lá, o homem tropeçou e caiu muitas vezes tentando viver sem compreender o amor. Até que Jesus Cristo, o próprio filho de Deus, veio ao mundo nos dar a prova mais amorosa e mais definitiva: sofreu até a morte como exemplo de como devíamos nos comportar para sermos felizes.

Mas a Rebeca não sabe de nada disso.

Em princípio, seus pais e padrinhos apenas desejam que se cumpra nela o plano de Deus e que ela seja feliz. Mas ela não será feliz se não aprender a amar. “Ela não amará se não for amada primeiro por vocês”, sentenciou o Tio Brandão. Há poucas chances de a Rebeca ser feliz se não dermos a ela o amor.

Tem mais. Como diz a letra de Gadú, esse amor salvará a Rebeca da vida. Da vida que nos chama de volta à vaidade, à inveja, à competição, ao individualismo, que são sentimentos e comportamentos  originais do animal que reside dentro da gente e que é atraído todos os dias pela forma como a sociedade nos valora. Não resistir a isso, praticando o amor, é pecar. Pais e padrinhos são chamados a dar, a ensinar ao filho e afilhado metade deste amor, como também diz a canção. Para que ele busque todos os dias da vida, com sua liberdade, a felicidade completa.

Mas de que amor estamos falando? Mesmo sem compreender isso tudo, que pais e padrinhos não vão amar seu filho e afilhado? Facilmente, confundimos amor com afeto. O afeto gera prazer. O amor, nem sempre. O amor precisa ser praticado com consciência, é mais razão que emoção. O amor quer mais que carinho, quer até mais que noites em claro, quer mais que o sacrifício de dar atenção quando a novela está no seu capítulo final. O amor criado por Deus e vivido por Jesus Cristo é uma atitude que exige a nossa entrega pela felicidade do outro.

Pais e padrinhos, entendam o significado do Batismo para suas crianças e vivam com alegria essa responsabilidade. Torná-las filhas de Deus é ensiná-las a amar, para que sigam o plano de Deus, para que sejam felizes. Ensiná-las o amor é a metade de tudo. Acho que era por isso que a Dona Cila sorria.

Juliano RigattiDe todo o amor que tu tens
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Há um demônio dentro de mim

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Atenção, só leia este artigo se tu já viste o filme Se beber, não case 2 ou se não pretendes vê-lo, ok?

Stu

Bom, é possível encontrar uma mensagem construtiva num filme de comédia, como o Se beber, não case 2 e escrevê-la sem parecer piegas? Tentarei.

Para quem viu o filme, o título deste artigo é uma confissão de Stu, personagem dentista do ator Ed Helms, que tenta se casar depois do porre que o leva, junto com seus amigos, para Bangkok, principal cidade da Tailândia. As descobertas e desdobramentos do dia seguinte tinham o potencial de acabar com o sonho de Stu de casar-se nas próximas horas. A combinação de ritalina com relaxante muscular e cerveja, despertou nele as mesmas reações e comportamentos da primeira edição da história.

Mas e por que eu escolhi a foto de Stu para ilustrar meu perfil no Twitter e no Facebook? O que ele tem a ver comigo?

Segundo dois amigos meus, bastante. Dizem que o jeito certinho e organizado do personagem os fez lembrar de mim enquanto viam o filme. Imaginem! De todo modo, não é a isso que me refiro. O que quero dizer com tudo isso é que também possuo um demônio dentro de mim. Como Stu. Não, pior que o dele. O meu não precisa de bebidas nem de qualquer outra droga para despertar de seu sono.

É! Dentro de mim, habita uma criatura capaz de acabar com os meus planos para o futuro, com a minha carreira, com a minha saúde, com a minha fé, com as minhas mais confidentes amizades. Este ser procura levar todo o meu dinheiro, desviar minha atenção na metade de todos os livros, submeter todas minhas forças, dominar meu pensamento e arrasar com a minha reputação. É isso que ele quer. Quer assumir todo o controle.

Sei que no filme não é tão romântico assim, mas Stu encontra em sua confissão o modo de reconquistar a noiva e atrair a confiança do futuro sogro. Essa é a leitura que faço. Só com o reconhecimento de quem realmente somos, dos limites que temos, é que conseguimos avançar e amadurecer nesta vida.

E há um demônio dentro de você também! Ele quer que você engorde, atrofie as suas articulações, assista ao Faustão a tarde toda e não visite mais ninguém, até que todos os que tu mais amas te condenem por desleixo e te esqueçam completamente. É isso que ele quer. Quer assumir todo o controle.

Para alguns, ele é o pecado, para outros, é o nosso instinto animal, tentando ignorar nossa evolução como homem, como mulher, como cidadão, como cristão.

Não é difícil manter-se vigilante. Ele deixa marcas de quando age por meio de nossas ações. Stu, por exemplo, ficou com uma tatuagem do lado do olho esquerdo para nunca mais esquecer de seu demônio. Deixarei meu Twitter e Facebook assim para lembrar das minhas marcas pelos próximos dias.

Observe dentro de você este demônio. Observe os seus movimentos e os seus desejos. E quando o identificares, procure discernir o que tu sentes, o que tu pensas e como tu ages. E passe a sentir com verdade, pensar com justiça e agir com misericórdia.

Juliano RigattiHá um demônio dentro de mim
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Há uma Realengo dentro de ti

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Subtraia do trágico massacre de Realengo a doença mental daquele jovem que entrou na escola e matou uma dezena de crianças no último dia sete de abril. Desconte a suposta psicose que afligia aquele rapaz e tu verás que há um pouco desta Realengo dentro de ti.

A explicação disso começa pela vaidade. Esta vaidade que habita cada ser humano que trabalha, se diverte e usa mídias sociais debaixo do sol. Em determinadas situações, ela, a vaidade, leva você a pensar que é mais do que realmente é. E em uma determinada medida, isso é saudável, é parte de nossa sobrevivência. Eu, por exemplo, me acho muito mais bonito do que sou. Mas muuuito mais. E isso é ruim? Claro que não. Isso realça minha autoestima; deu-me coragem, inclusive, para procurar uma namorada um dia. Imaginem!

Bom, essa é a vaidade sadia.

Agora, uma hipótese. Suponhamos que eu ache que faço o melhor trabalho entre os meus colegas de empresa. Esta vaidade, que é destrutiva, que humilha o outro, se transforma em autossuficiência já, já. Eu passaria a querer fazer tudo sozinho, me transformaria em um centralizador rabugento. Pessoas subordinadas a mim não aprenderiam, não seriam testadas, não cresceriam, ficariam desmotivadas e sairiam da empresa sem que conhecêssemos o seu verdadeiro talento. As tarefas deixariam de ganhar a contribuição da equipe, eu ficaria sobrecarregado e, quem sabe, sem tempo de namorar aquela que conquistei a duras penas, apesar da minha feiúra.

Segunda conclusão: vaidade ruim é vaidade que julga o outro e o diminui.

Se da vaidade ruim nasce a autossuficiência, desta nasce o julgamento, que é, finalmente, pai da intolerância.

E tu és um ser intolerante.
Nato.

Quando não aceitas que o teu pai envelheceu e quer que as coisas tenham que ser do jeito dele. Tu, por acaso, não tens as tuas teimosias com a metade da idade dele? Tu não aprovas os comportamentos do amigo e, por isso, o excluis. Será que não tens tu também manias que o incomodam? Tu vês uma montanha de defeitos na tua namorada. E quais são os teus defeitos? Tu não toleras aquela colega do trabalho, que por ser mulher, não merece tal atribuição. Tu não suportas a valorização de um negro. Onde está provado que por serem diferentes homem e mulher, brancos e negros, não podem ser igualmente competentes? Tu não admites que os colegas da faculdade ajudem a fazer o trabalho em grupo porque acha que tudo que tu fazes fica melhor. Mas não está no espírito colaborativo a geração de conteúdo de qualidade?

A intolerância engessa o teu braço e não permite que o teu dedo seja apontado para ti mesmo. Tu só encontras a imperfeição nos outros. A intolerância te cega. E desta cegueira pode nascer a rejeição. A mesma rejeição que alimenta quem diminui um colega e quem resolve matar alguém. Resolve matar uma criança. Ou doze. Porque a tua religião assim o prega ou porque tu não dominas mais o animal autossuficiente que habita dentro de ti.

De um exemplo trivial de rejeição no ambiente de trabalho ao extremo de um massacre motivado por bullying ou por uma religião, está a intolerância. Que nos fez conhecer as guerras. O holocausto judeu. Que é filha do julgamento e parente de sangue da autossuficiência e da vaidade.

A gente se espanta com episódios como o de Realengo, no Rio de Janeiro. A presidenta até chora. Mas a gente esquece que do meio da dor, algumas lições podem brotar. Lições mais simples que uma nova e custosa campanha pelo desarmamento ou a instalação de detectores de metal na entrada de cada uma de nossas escolas. Uma delas, uma das lições, é, sem dúvida, a prática da tolerância.

Os pais deveriam ensinar a tolerância aos seus filhos, sabe? Deviam ensinar que o mundo é belo por causa de suas diferenças, de seus contrastes. Que o colorado só é feliz porque o gremista existe. Que ninguém é mais do que ninguém. Que a criança gordinha e a criança extrovertida merecem um do outro uma coisa chamada respeito. Que negros, mulheres e homossexuais são tão ou mais capazes que seus opositores. Que quem errou é tão falível do que quem acusou. Que o defeito do outro pode ser, vejam só, do tamanho da trave do olho de quem vê.

Juliano RigattiHá uma Realengo dentro de ti
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Não queira ter filhos

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Acho saudável para a nossa sociedade que continue aumentando entre nós o número de casais que não querem ter filhos. Para o bem do nosso futuro, desejo que eles se multipliquem. Mesmo você, que sempre sonhou com a prole, você me dará razão.

Para mim, o princípio disso tudo está nas razões que movem os casais que hoje estão decididos em não procriar. São inúmeros os motivos que ouço. Entre eles, a liberdade, o prolongamento de uma vida a dois, o conforto de uma renda dedicada apenas a dois adultos e até a flexibilidade para mudar-se de Estado, seja por razões pessoais ou profissionais. Mas há outros. Tem jovens que não desejam transformar-se em pais e mães porque não se sentem aptos a formar um cidadão; porque não acham que serão capazes de preparar um filho para este mundo; porque não querem assumir tal responsabilidade. Estes casais são casais de convicção. Conversam, refletem, reúnem argumentos, preparam-se para contrariar a família, o senso comum e a natureza, inclinada à procriação. Aqui está o ponto: a maioria destes casais trata com mais seriedade a possibilidade de colocar uma pessoa neste mundo do que os que a colocam de fato.

Ou você não conhece pais que terceirizam o papel de educadores para a escola? Ou que recheiam a agenda dos filhos com atividades extracurriculares para terem mais tempo? Ou que convencem gritando, que proíbem batendo? Há pais que ignoram o significado do amor, são permissivos em demasia, e esquecem-se de apresentar limites aos seus filhos. E, pior, dão de ombros para o grande mal que estão causando à sociedade. É triste, mas a julgar por muitos desses filhos que se vê por aí, dá até a impressão de que os seus pais não desejaram tê-los.

Os dinks (do inglês, double income no kids), ou casais que trabalham e não têm filhos, cresceram 70% no Brasil entre 2003 e 2009, e já representam 13% da população do Sul do país. Aplauda estes números! Quanto mais eles aumentarem, maior será a probabilidade de você conhecer um dink. E de conversar com um deles. E de ouvir seus argumentos. E de compará-los aos seus. E de repensar seus projetos de vida, recebidos prontos de sua família. Como preparar-se para ter um filho? Como educá-lo depois? Como transformá-lo em um cidadão correto e não só em mais um número que inflará ainda mais nossos índices populacionais? Um casal que não deseja ter filhos o fará pensar sobre tudo isso. E isso é salutar.

Além disso, conta pontos para o Brasil de amanhã o fato de que, dentro deste universo dos convictos em não conceber um filho, sempre haverá aqueles que mudam de ideia. Eu mesmo tenho uma amiga decidida a não ter filhos, que edita o blog Sem Filhos e já escreveu sobre a hipótese de reconsiderar sua posição. No post, escreveu “se minha vida tomar este rumo, pode apostar a sua: haverá pelo menos uma pessoa se entregando dia a dia de o e alma e, se preciso for, com sangue, suor e lágrimas, para fazer deles os indivíduos mais justos e felizes dos quais se possa ter notícia.” Bonito, hem?

O movimento dos dinks é promissor. E minha satisfação se dá por dois motivos: porque isso só aumenta as chances de que casais que querem e casais que não querem os filhos se encontrem pra bater um papo; e porque, com o aumento de pessoas com tal convicção, cresce a possibilidade de os futuros pais terem um dia desejado não ter filhos.

Juliano RigattiNão queira ter filhos
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Porquê os gaúchos amam a Freeway

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Sem exageros. Vivi um verdadeiro pesadelo na noite do dia 23 de fevereiro deste ano, quando voltava para Porto Alegre das minhas férias em Santa Catarina. O cenário foi a BR-101 e os cerca de 400 quilômetros que separam Florianópolis do início da BR-290, a Freeway, já no Rio Grande do Sul. Saímos da capital catarinense às seis da tarde. Com o fim do horário de verão, a noite chegou cedo, pouco depois das sete horas, e junto com ela veio a chuva. Fraca na maioria das vezes, só aumentada pelo volume de água arremassada pelos pneus dos caminhões que me fizeram companhia ao longo da viagem. Não vou reclamar das obras inacabadas da 101. Com tanta pressão da sociedade e da imprensa, deve haver alguma razão bem plausível para os atrasos. Deve haver. A principal razão deste  meu manifesto é a inacreditável ausência de sinalização básica de trânsito ao longo de todo o trajeto. Não, não há exagero aqui. Como disse, o sol se foi lá pelas sete da tarde. Junto com ele, também se foram os sinais luminosos do asfalto, os postes de iluminação e, na maioria das vezes, as listras que delimitam as faixas de trânsito. A minha sorte é que os demais veículos e seus faróis acesos permaneceram. Graças a muitos deles, é que estou aqui, são e salvo. (Se você estava voltando de Floripa para a capital gaúcha neste mesmo horário e está me lendo agora, muito obrigado, viu?)

Se não fosse dramático, seria libertador. Há trechos da BR-101, à noite, nos quais você pode trafegar onde quiser: mais pra direita, mais pra esquerda, no centro, no acostamento, no matagal. Sem pintura que possa ser vista, você é um motorista livre. Num dado momento, eu me senti tão livre que só fui interrompido por dois faróis altos de um caminhão que vinha em minha direção e me avisava que eu estava na contramão. A sensação de liberdade é tamanha que eu por pouco não peso meu veículo de passeio. Isso mesmo, eu e outro desorientado usuário daquela estrada entramos junto numa área de pesagem de caminhões. Só não fomos atendidos porque resolvemos não parar e nem diminuir a velocidade num local onde também imperava o completo breu. Os mais experientes dirão: “mas e por que não ligaste a luz alta?”. Juro que tentei. Mas entre diminuir o meu risco de acidente e cegar o irmão que vinha no sentido contrário, preferi seguir minha ideologia cristã e tratar o próximo como eu gostaria de ser tratado. E os engenheiros de trânsito dirão: “mas e as placas grandes e laranjas que colocamos para avisá-lo dos desvios?” Ah, sim, as placas. É estarrecedor que haja maior preocupação das autoridades em avisar onde não é permitido trafegar do que o contrário. No meio da noite, com chuva, o que você mais quer saber é por onde IR e não por onde NÃO IR. Ou estou errado? Agora, teve um momento que, embora não tenha relaxado um minuto sequer, eu sorri. Havia — eu juro que havia — no meio do nada, no escuro, sozinha, iluminada pelos meus tímidos faróis, uma placa que dizia: “Obedeça a sinalização”. Juro, eu sorri.

Você que lê estas linhas neste momento pode ver que cheguei ao meu destino diferente de quando parti do outro Estado. Ao invés de morto, como pensei que seria referido no jornal do dia seguinte, me encontro com as energias renovadas depois das férias, indignado com a situação absurda da BR-101 e com uma nova e elucidativa certeza nesta vida: hoje entendo porquê todo gaúcho ama a Freeway.

Todo ser humano nascido na última divisão do mapa político do Brasil, ao extremo sul, é conhecido por seu antagonismo. Não, o prefixo não faz nenhuma referência a animais. Quero dizer que somos reconhecidos (também por nós mesmos) como seres habituados com duas forças que se opõem. A mais famosa delas é a dupla de times de futebol. A outra vem da histórica forma de conduzirmos a política por aqui. E tem também a Guerra dos Farrapos, que colocou de um lado os sulinos e de outro o Império. E uma bem contemporânea é a que envolve o Rio (Lago?) Guaíba. Resiste por aqui uma estranha ideia de que os porto-alegrenses devam viver eternamente separados do seu mais belo cartão postal por um muro. Essa, ninguém entende.

Ou seja, minha gente, estamos acostumados com as polêmicas. E um povo assim, teimoso em ser partidário deste ou daquele lado, quando escolhe sua posição, o faz de forma vigorosa. Quero dizer que também temos consensos por aqui. Ah se temos. Um deles é a estátua do Laçador, que recebe nossos visitantes bem na entrada da cidade. Outro, é o pôr-do-sol do mesmo Rio Guaíba: há quem prove que veio de alguma universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, o veredicto de que ele é o mais belo do mundo. Há também a bombacha, o hino riograndense, o chimarrão e uma infinidade de coisas igualmente glamourosas. Mas, por fim, indo logo ao epicentro deste artigo, digo-vos que uma das grandes convicções do gaúcho é o seu amor pela Freeway, a BR-290, que liga Porto Alegre às praias do Estado. Isso, há um povo neste país que tem em seu coração uma rodovia.

Mas não porque por ela todo gaúcho já passou ansioso para rever as namoradinhas da orla; não pela sardinha frita pescada na ponde de Imbé; não porque queria rever os locais de gravação de Houve Uma Vez Dois Verões, do Jorge Furtado; nem porque não via a hora de sentir de novo, depois de um ano de estudos, a agradável brisa apelidada de Nordestão. Por nenhum desses motivos (e outros inúmeros e hilários que estão no Pegunte ao Crepe) a Freeway é idolatrada pelos gaúchos. Por nenhunzinho deles.

O gaúcho ama a Freeway porque ele conhece a BR-101.

A ama pela sua qualidade. Porque sabe exatamente quantos minutos são necessários para percorrê-la; porque seus  congestionamentos são igualmente calculados; porque nela pode botar cenzinho por hora; porque ela é sinalizada; e porque, à noite, ela é muitíssimo bem iluminada.

Na noite do dia 23 de fevereiro, a noite do meu pesadelo, quando os pneus dos meu carro tocaram a Freeway, o dia amanheceu às onze da noite. Eu sorri pela segunda vez porque agora estávamos, eu e meu automóvel, limitados por duas faixas de sinais luminosos, presos aos asfalto. Eu podia ter certeza por onde andava. Eu podia antever, no tempo certo, a existência de uma curva, de um acesso, de um retorno ou de um local para paradas de emergência. Passei a sentir meus ombros novamente, até então tencionados pelo temor de dirigir na BR-101. Meu pé esquerdo também existia, percebi. Ao final dela, no pedágio, quis pagar mais do que R$ 3,70, mas não permitiram.

A Freeway, este extenso pedaço de asfalto, que nos liga às mais ensolaradas lembranças do verão, só é idolatrada pelos gaúchos por causa do antagonismo de seu povo. Porque aqui todos amam o oposto daquilo que odeiam. Tão somente por isso. Amamos a Freeway por causa da existência de uma rodovia chamada BR-101.


***
PS.: Na boa, nunca tive pretensão alguma que um texto meu virasse uma corrente de e-mails. Nunca mesmo. Mas esse aqui, pelo interesse público que tem, por causa de sua causa, merecia. Tomara que alguém o copie e o mande para os e-mails de todos os seus amigos. E que a corrente cresça, cresça, cresça, e chegue à até à presidenta Dilma. Amém.

Juliano RigattiPorquê os gaúchos amam a Freeway
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A Uzina em 2010

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