Fagulhas de um velho formidável

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Faria bem lembrar Mário Quintana (1906-1994) não só no ano do seu centenário. Na verdade não faz nem muito sentido usar a contagem tão sisuda de um tal tempo com o qual nosso poeta tanto brincou. Sim, porque viver pra ele era mais do que contar o tempo passar. Era bem mais que isso. Também era bem menos que isso ao mesmo tempo. Suas poesias tornam a vida às vezes grandiosa, às vezes sutil.

É uma baita pretensão tentar dar qualquer idéia do que era Mário Quintana num texto assim, mal acabado e morrendo de sono. Mas foi por ocasião da publicação do jornal Ensaio, dos alunos de Jornalismo da Ulbra, em Canoas, que resolvi despertar para algumas pérolas deste senhor. Dois pontos.

“Quem bebe por desgosto é um tolo. Só se deve beber por gosto.”

“A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe.”

“Eu amo o mundo. Eu detesto o mundo. Eu creio em Deus. Deus é um absurdo. Eu vou me matar. Eu quero viver. Você é louco? Não, sou poeta.”

“Esse mundo pode ser que não preste, mas é tão bom de olhar.”

“O sorriso enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores.”

“Estes, os que atravancam meu caminho… Eles passarão, eu passarinho!”

Juliano RigattiFagulhas de um velho formidável

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  • Jacqueline Oliveira - 25 de abril de 2006 reply

    Pois é amigo, gosto especialmente dessa terceira fagulha. Eu não sou poeta, mas consigo sentir tantas coisas diferentes em um tempo recorde. Maluca? não, humana. Demasiadamente humana.

    E o mundo não é só bom de olhar.. é bom de sentir, de tocar, de viver!

    Enfim, Mario Quintana é sempre Mario Quintana.

    Beijosss

  • Juliano Filipe Rigatti - 25 de abril de 2006 reply

    Justo, justo. Somos dois a sentir tudo em demasia. Mas eu não me sinto muito humano, não. Pelo contrário, às vezes me sinto meio por fora desse jogo, sem entender as regras, tropeçando na bola.
    Eu, a que mais gosto do Quintana é a última. Tem a ver com o jogo que falava…
    Beijo Jac.

  • Jacqueline Oliveira - 1 de maio de 2006 reply

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  • Jacqueline Oliveira - 1 de maio de 2006 reply

    Vim comentar de novo hoje…
    Sentir em demasia. aprender em demasia. Lembra nossa conversa? Chega de aprender! Amigo, quero viver!

    Às vezes sinto que coisas que podem ser tão simples são assim, estupidamente difíceis. Mas, sei que um dia nós seremos recompensados. Eu e tu. Seremos sim 🙂

    beijos sempre carinhosos.
    01/05/06

  • Lizi - 18 de junho de 2006 reply

    “Suas poesias tornam a vida às vezes grandiosa, às vezes sutil”

    Admiro quem consegue, com um verso, causar um pensar… um tentar… um rir…um sentir…
    Principalmente um sentir!
    Um perceber que estamos vivos e que uma simples vírgula na maneira de ver a vida pode mudá-la.
    Pra mim, Quintana era isso!
    Era, com ironia, perceber a vida!

    Acho que nesse pequeno texto, tu conseguiste dizer muito!
    Isso que tu tava morrendo de sono…
    Mal acabado?? Pra que acabar??

    Bjos

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