A mais avançada das tecnologias

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Dias atrás participei de um evento sobre inteligência artificial para entender mais do mundo que nos aguarda no futuro. Que é, preparem-se… ano que vem.

O que ficou de mais importante é a compreensão de que nós, os humanos, somos, vejam só, os sensores pelos quais as máquinas estão tentando compreender este mundo.

Explico.

Veja você. Você acorda, lava o rosto, come alguma coisa e inicia mais uma jornada. Seja em casa, seja em outro local. Ao longo de todo o dia, mesmo que você seja a pessoa mais criativa e inovadora do mundo, você repete ações do dia anterior. Da semana anterior. Do ano anterior. Repete padrões. Você tem paradigmas que definem muito do que você é. Tudo o que você precisa decidir para a ação seguinte leva em conta o quê? Entre tantas variáveis, a que tem um grande peso é: sua experiência passada. Portanto, grande parte daquilo que você faz tem como pressuposto algo que você já conhece e já fez. Até porque, como diria um grande entendedor deste nosso tempo, não se reconhece aquilo que não se conhece.

E daí?

Daí que eu queria, primeiro, te dizer isto: o teu futuro é construído, em grande parte, pela repetição das coisas que você já viveu. E onde entram os robôs?

Os robôs nascem sem passado. Sem padrão. Sem paradigma. Eles aguardam que um ser humano venha e o programe. Insira milhares de linhas de código até que, enfim, ele saiba fazer alguma coisa. Mas isso ainda não é inteligência artificial.

Inteligência artificial é quando o robô não só obedece os comandos inseridos dentro dele, como aprende os padrões dos seres humanos para se adaptar às variáveis que o mundo lhe apresentar.

Então quer dizer que um dia a tecnologia alcançará o homem?

Não acredito.

Por quê?

Uma máquina pode aprender a ver por meio da nossa visão. Pode aprender a pensar por meio de nossos padrões. Pode até aprender a emocionar-se, talvez, se a ensinarmos que o medo a protegerá dos perigos deste mundo.

Mas uma máquina nunca poderá… nunca poderá… bom, leiam isso antes de continuarmos:

“Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.
Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.
Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
Não são do mundo, como eu do mundo não sou.”

(Jo 17, 13-16)

No máximo, mesmo depois de todo avanço que veremos, as máquinas farão apenas o que os homens e mulheres esperam delas. Um robô é construído para superar as expectativas de… seres humanos. Ele deverá aprender os nossos padrões e depois aprimorá-los para fazer tudo melhor. E até nos surpreender.

Já existem carros guiados por inteligência artificial, por exemplo, que já são dez vezes mais seguros do que os nossos, conduzidos por portadores de CNH.

E porque a tecnologia nunca nos superará?

Porque nós nos aprimoramos para um dia fazer o que um robô nunca fará: compreender o sentido de nossa existência neste mundo, e o modo de alcançar o que é muito maior do que isso.

Nenhuma programação humana obterá estas respostas. A única tecnologia capaz de obter estas informações só nós conhecemos. Só nós a praticamos. Só a nós ela foi revelada. Só nos entendemos. Só a nós esta busca entusiasma. Só a nós esta dúvida angustia.

Aliás, qual o propósito da tua vida?

Juliano RigattiA mais avançada das tecnologias
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