Meus 15 meses

No comments

O Gustavo é nosso afilhado, e há pouco completou seu primeiro ano de vida. Gosto de observar como ele percebe o mundo ao redor, o frescor de cada nova experiência, o sabor, as cores, o barulho, o cheiro e a textura de cada novo instante.

Mas antes de olharmos para o Gugu, olhemos para você. Divida a sua vida, tudo que você viveu até aqui, em 15 meses. Não em 15 ou 35 anos. Mas em 15 meses. Reúna todas as conquistas, alegrias, sofrimentos, descobertas, aprendizados e divida por 15. Que vida intensa, hem?

Pois esta pode ser a percepção do Gustavo sobre sua longa vida de 15 meses. Cada dia que vive é uma parcela considerável a ser acrescida aos outros cerca de 450 que se passaram. Um dia para você pode ser nada, pode ser um dia a mais. Para o Gustavo é quase uma vida.

Enquanto o levo no colo olhar as outras crianças ou a natureza, gosto de ir narrando o mundo. Falo dos amiguinhos, aponto os brinquedos, chamo a sua atenção para os detalhes. Neste sábado, fiz a experiência do silêncio, de apenas observar a sua contemplação. Porque nós, os adultos que já vivemos mais de 15 anos, gostamos muito de dar nome a todas as coisas. De classificar todas as coisas. De definir o que é legal, o que sujo, o que pode e o que não pode. Segundo nossas experiências e visão de mundo.

Preferi dar ao Gugu o direito de ver e não julgar. Ou de deixá-lo fazer o seu julgamento — que provavelmente, aos 15 meses, é um não-julgamento.

Perdemos muito da vida, ignoramos a graça que nos envolve porque nos apressamos em ver e julgar. Só reconhecemos o que conhecemos. É partir do que conhecemos vamos construindo nossas realidades, que são apenas percepções do que já vivemos.

Tenha você 15 ou 60 anos, permita-se ver, mas julgar menos. Se ninguém pode viver por você esta experiência, se as melhores escolhas para você é só você que faz, permita-se também viver o presente como se fosse o primeiro de seus dias.

Juliano RigattiMeus 15 meses
read more

O CLJ e sua história de enganação

No comments

O CLJ – Curso de Liderança Juvenil é um movimento jovem da Igreja Católica, fundado em Porto Alegre, em 1974, e é voltado à evangelização e à vivência dos valores cristãos. Participei deste movimento durante intensos seis anos de minha adolescência e juventude. E não fui mais o mesmo desde lá. Fui enganado. E o enganei muitas vezes.

Se você também foi enganado, se você também enganou, deixe aqui seu relato, dê seu testemunho, conte sua história, junte-se a esta causa!

Para filiar-se a esta causa, há grupos de discussão no Facebook e no Orkut. Passa lá!

Facebook: http://www.causes.com/causes/538716/about?m=c43c201e
Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=107518305

Juliano RigattiO CLJ e sua história de enganação
read more

A barriga dos homens e a nossa fé

8 comments

Na média, todos os homens que conheço perseguem, ao longo de suas vidas, uma solução existencial para ao menos duas coisas, além da morte: para a fé e para suas barrigas. Dentre meus colegas de gênero, não há um de quem nunca tenha escapado um comentário insatisfeito sobre sua a fé – ou sobre seu ceticismo – ou sobre sua barriga – e gorduras abdominais e afins. Não há um.

E o que mais põe à prova nossa hombridade, nossa virilidade, ao lidar com a barriga e com a fé, é a nossa submissão a elas duas. Contra a barriga e contra a fé, somos seres impotentes. E pior: as duas têm a ver com a morte. A primeira pode nos levar mais rápido a ela e a outra, define o que será de nós depois do dia D. E não há nada que se possa fazer de imediato. Funciona como se tivessem vida própria. Alimentam-se por conta própria e seguem ali, desafiando o que nos resta de orgulho.

E, digo-vos, só há uma solução para apascentar tal sofrimento masculino. Só há um caminho para confortar no coração do homem a angústia causada pela fé e pela barriga. Só um. Um só.

***

Era uma tarde de meia temperatura na sala da minha casa, em Canoas. Não lembro bem qual era minha idade. Mas posso dizer que me regozijava na mais prazerosa das idades: a idade sem compromissos. Estudava pela manhã, assistia ao Chaves e aguardava o entardecer para jogar uma bola com os amigos que tinha aula à tarde. Essa era, em linhas gerais, minha rotina estafante da época. Mas tinha algo que já me incomodava: a minha barriga. No que um dia, num belo dia, eu resolvi que poria fim a ninguém mais, ninguém menos, que a eles, meus pneuzinhos brancos. Eles que me acompanharam desde sempre. Companheiros de todas as horas e de todos os banhos. Desde a descoberta dos pelos até o fim da puberdade. Poria fim a eles. Minha barriguinha e seus pneuzinhos companheiros seriam eliminados.

E tratei de buscar alternativas.

O Nescau. Tiraria o Nescau da minha vida. E exercícios? Pensei em correr, em caminhar, em jogar mais bola. De algum lugar surgiu a convicção pelo abdominal.

Acontece que eu tinha um aparelho específico para o movimento e almofadinhas e tals. Mas na tal tarde, não usei nada disso. Preferi ir no seco mesmo, ali, no assoalho da sala de casa. Cinquenta abdominais no primeiro dia. Acho que foi esse o número. Cinquenta. Parei porque nem minha coluna, nem minha barriga aguentavam mais. E fui pro espelho. Tive a impressão de ter visto rastros de gordura esvaindo-se pelo suor do meu abdômen. E fiquei satisfeito. Lembro que fiquei bem satisfeito. Nascia ali um novo Juliano.

Mas no dia seguinte, havia algo que não me deixava esquecer de meu propósito um minuto sequer. A dor que tomou meu corpo quase me imobilizava. E a cada passo que dava, a dor repuxava meus músculos na tentativa de me convencer da bobagem que eu tinha cometido ao me propor a perder a barriga. Ela não valia aquela dor.  Ninguém dá bola pra ela, oras. Ela nem é tão visível assim, afinal. Pode ficar aí mesmo onde está. Não seria eliminada. Barriga? Que barriga? A dor muscular me levou a desfazer os entusiasmados planos do dia anterior.

Assim é com a minha .

Há três semanas, participei do 140º Cenáculo de Maria da Arquidiocese de Porto Alegre. O Cenáculo é um movimento de jovens e adultos da Igreja Católica que prega a espiritualidade de Maria, a mãe de Jesus Cristo, como forma de vivência da fé. Posso dizer que, em 14 anos de caminhada na Igreja, talvez este retiro tenha sido o mais importante de todos. Talvez não o mais bonito, nem o mais marcante. Mas o mais relevante para minha fé.

Uma das razões que me fazem classificar desta forma o 140º Cenáculo foi a participação de meia dúzia de pessoas especiais entre os mais de 70 jovens e adultos que faziam o retiro pela primeira vez. Refiro-me a cidadãos dependentes químicos em recuperação. Tive a sorte de sentar perto de um durante os três dias e poder ouvir as suas histórias. São uns heróis esses homens e mulheres que vencem a droga! “Vou dormir todos os dias agradecendo pelo dia e acordo todos os dias sabendo que terei que matar alguns leões”, ouvi de um deles no sábado seguinte, quando nos reunimos para conversar a respeito do retiro. Um deles nos contou que tinha emprego em uma multinacional, esposa e filhos. Por causa da bebida, perdeu tudo, a ponto de não ter para onde ir. Perdeu tudo. Ficou sem nada. E reergueu-se. E estava lá, do meu lado naquele retiro, sem nenhuma pinta de herói, mas disposto a servir de exemplo de esperança.

Saem do retiro em vantagens esses cinco ou seis homens, cujas vidas foram atropeladas pelas drogas. Porque com a fé e com aqueles que querem perder suas barrigas, o desafio é o mesmo: alguns leões precisam ser mortos a cada dia.

Costumo dizer que retiros são para a fé assim como feriadões do verão são para o trânsito. Infelizmente, não voltaremos a ver alguns daqueles que pegaram a estrada conosco. É inevitável. Embora tomados pela emoção todos confessem o desejo de mudar de vida e passar a valorizá-la de outra forma, muitos serão vencidos pelos leões da semana seguinte na vida real.

E não são poucos os leões. Eu diria que quase todo dia há um novo leão para enfrentarmos. Não preciso elencar aqui tudo o que nos tira do caminho do bem, como a indiferença, a competição e a vaidade, né?

O que esquecemos é que atrás de nossos leões aguardam por nós pessoas como nós. Pessoas que sofrem porque nunca ninguém chegou até elas e apontou para o lado onde a vida é mais colorida, as possibilidades são variadas e a dignidade é possível. Voltei pra casa depois da missa que encerrou nosso encontro de três dias com uma frase de uma canção na cabeça: “tu, pescador de outros lagos, ânsia eterna de homens que esperam”. São eles, os homens que sofrem atrás dos leões que estão nos aguardando! Numa ânsia eterna, numa angústia interminável.

Por que o 140º Cenáculo de Maria foi tão importante? Porque descobri que, como a morte, há outra coisa certa nessa vida: os leões e a angústia dos homens sempre existirão. E estarão sempre à espera de alguém disposto a transmitir a paz.

Retiro de três dias podem nos levar para o céu, mesmo estando na terra. Mas acabam. As lágrimas evaporam. E se não soubermos lidar com essa avalanche de sensações novas dentro do peito, se não soubermos lidar com as dores musculares de quem quis acabar com a barriga no primeiro dia, se não soubermos lidar com tudo isso, se não formos perseverantes, ficaremos pelo caminho.

***

Só há um caminho para a realização da fé e só há um caminho para o fim da barriguinha indesejável: a perseverança. Para o homem que deseja alcançar uma barriga de tanquinho e para o homem que almeja desfrutar de uma fé robusta, que não dorme satisfeita enquanto não alegra alguém, a receita é uma só: perseverar. Matar alguns leões a cada dia. Sem fraquejar, sem deixar-se levar pela rotina da acomodação, do satisfazer-se com o ter, poder e prazer passageiros das coisas fúteis. Como perder a barriga, por exemplo.

É claro que me incluo no meio de vocês, como mais um que precisa aprender a matar seus leões. Três semanas depois do 140º Cenáculo de Maria e alguns anos depois daquela tarde de abdominais, no meu peito ainda mora a angústia pela barriga que não perdi e pela fé cuja chama preciso aprender a manter acesa todos os dias.

Juliano RigattiA barriga dos homens e a nossa fé
read more

Eu enganei o CLJ

19 comments

Em qualquer esporte, a tese mais conhecida de todos os técnicos e da diretoria é a que o time precisa saber, quando perde, porque perdeu, e saber, quando vence, porque venceu. Esta última, contudo, é a mais importante para que a tão desejada vitória se repita.

E vocês sabem que no CLJ (e no EJC, e no Cenáculo, e no Onda, e no ECC) essa máxima também vale?

Confesso pra vocês que assim como fui enganado pelo CLJ, eu, muitas vezes – e até sem saber –, tentei dar troco. Tentei enganar o CLJ. E presenciei muitos fazerem o mesmo.

Explico.

Os grupos de jovens – especialmente o de jovens – atraem pessoas com problemas familiares, com dificuldade de aceitação na roda de amigos e na sociedade, com necessidade de reconhecer a si mesmo. O CLJ cumpre num primeiro momento, portanto, uma nobre função social: a de elevar a auto-estima da gurizada, fazendo-os enxergar valor naquilo que são, naquilo que fazem, naquilo que acreditam. Isso tudo – é importante que se deixe claro – sem exigir em troca qualquer bem ou quantia em dinheiro. É fundamental que se registre essa diferença elementar entre esta proposta da Igreja Católica e muitas outras que nos são ofertadas por aí, e que estão presentes até nos centros das grandes metrópoles. Antes mesmo de catequizá-los, de convertê-los, o CLJ é uma instituição sem fins lucrativos, voltada à inclusão. E eu não precisaria repetir aqui que constatações como essa só aumentam minha admiração e minha paixão por este Movimento.

Mas e quando enganamos o CLJ?

Quando, pecadores que somos, nos aproveitamos dessa nova fase de auto-estima em alta e alimentamos nosso próprio orgulho, buscando interesses individuais, lançado mão de ferramentas como o egoísmo, a fofoca, o julgamento e a autopromoção. Ou você nunca foi testemunha de jovens que cantavam mais para mostrar a voz do que para louvar? Ou você nunca conviveu com coordenadores de equipes que mais pareciam políticos angariando votos e menos lideres pela causa de Cristo? Ou você nunca conheceu ninguém que confundia aumento de responsabilidade com aumento de glamour?

Amigos em Cristo, isso é enganar o CLJ!

Felizmente, as bases fortes do Movimento impediam, no meu tempo, essas práticas de prosperar. Imagino que ainda hoje as impeçam. Nunca mais esqueci o que o Pe. Flavio Canisio Steffen, então diretor espiritual de um curso aqui em Canoas, me disse, acho que em confissão: “Juliano, Deus não condena o pecador, mas é implacável com o pecado.” E por condenarmos o pecado, sem nunca perder a esperança no pecador, é que ajudamos este Movimento a prosperar. Porque o mesmo jovem que um dia canta para que o elogiem, um dia cantará por Deus e encherá os olhos de alguém de lágrimas. O mesmo que luta por causa própria um dia canalizará todo seu talento de comunicador para fazer daquele retiro o melhor retiro de todos. E o mesmo que deseja ser admirado como coordenador, um dia voltará para casa agradecendo a Deus por ter contribuído para a conversão de muitos apenas limpando o chão e os banheiros da casa onde o curso foi realizado.

Como no futebol, como no vôlei, também no CLJ é importante que saibamos porquê vencemos. Digo com a convicção de quem já venceu e de quem já viu muitos vencerem em Cristo: o segredo está no que entendemos por doação, por caridade. O segredo da vitória em um momento de espiritualidade, em uma palestra ou em um curso de três dias está em fazer com amor, não esperando absolutamente nada em troca. Se precisamos saber porquê vencemos, voltemos nosso olhar para a Eucaristia e sigamos o seu inesquecível exemplo de doação. Cristo entregou, sacrificou e consagrou seu corpo e sangue em nosso favor. Não desejou a fama, não desejou o reconhecimento, não desejou uma coroa mais brilhosa e dourada. Buscava naquele gesto simplesmente a nossa felicidade. E só por isso, costumo dizer, dividiu a nossa historia – e até a dos ateus – em A.C. (antes de Cristo) e D.C. (depois de Cristo).

A tentativa de enganar o CLJ é a explicação para a derrota, se querem saber. Somos todos apóstolos, operários da grande messe. E o Espírito Santo é que nos capacita para que façamos o melhor de nós e nos prepara para que esperemos em troca do esforço a melhor das recompensas: a conversão do próximo.

Eu enganei o CLJ

Em qualquer esporte, a tese mais conhecida de todos os técnicos e da diretoria é a que o time precisa saber, quando perde, porque perdeu, e saber, quando vence, porque venceu. Esta última, contudo, é a mais importante para que a tão desejada vitória se repita.

E vocês sabem que no CLJ (e no EJC, e no Cenáculo, e no Onda, e no ECC) essa máxima também vale?

Confesso pra vocês que assim como fui enganado pelo CLJ, eu, muitas vezes – e até sem saber –, tentei dar troco. Tentei enganar o CLJ. E presenciei muitos fazerem o mesmo.

Explico.

Os grupos de jovens – especialmente o de jovens – atraem pessoas com problemas familiares, com dificuldade de aceitação na roda de amigos e na sociedade, com necessidade de reconhecer a si mesmo. O CLJ cumpre num primeiro momento, portanto, uma nobre função social: a de elevar a auto-estima da gurizada, fazendo-os enxergar valor naquilo que são, naquilo que fazem, naquilo que acreditam. Isso tudo – é importante que se deixe claro – sem exigir em troca qualquer bem ou quantia em dinheiro. É fundamental que se registre essa diferença elementar entre esta proposta da Igreja Católica e muitas outras que nos são ofertadas por aí, e que estão presentes até nos centros das grandes metrópoles. Antes mesmo de catequizá-los, de convertê-los, o CLJ é uma instituição sem fins lucrativos, voltada à inclusão. E eu não precisaria repetir aqui que constatações como essa só aumentam minha admiração e minha paixão por este Movimento.

Mas e quando enganamos o CLJ?

Quando, pecadores que somos, nos aproveitamos dessa nova fase de auto-estima em alta e alimentamos nosso próprio orgulho, buscando interesses individuais, lançado mão de ferramentas como o egoísmo, a fofoca, o julgamento e a autopromoção. Ou você nunca foi testemunha de jovens que cantavam mais para mostrar a voz do que para louvar? Ou você nunca conviveu com coordenadores de equipes que mais pareciam políticos angariando votos e menos lideres pela causa de Cristo? Ou você nunca conheceu ninguém que confundia aumento de responsabilidade com aumento de glamour?

Amigos em Cristo, isso é enganar o CLJ!

Felizmente, as bases fortes do Movimento impediam, no meu tempo, essas práticas de prosperar. Imagino que ainda hoje as impeçam. Nunca mais esqueci o que o Pe. Flavio Canisio Steffen, então diretor espiritual de um curso aqui em Canoas, me disse, acho que em confissão: “Juliano, Deus não condena o pecador, mas é implacável com o pecado.” E por condenarmos o pecado, sem nunca perder a esperança no pecador, é que ajudamos este Movimento a prosperar. Porque o mesmo jovem que um dia canta para que o elogiem, um dia cantará por Deus e encherá os olhos de alguém de lágrimas. O mesmo que luta por causa própria um dia canalizará todo seu talento de comunicador para fazer daquele retiro o melhor retiro de todos. E o mesmo que deseja ser admirado como coordenador, um dia voltará para casa agradecendo a Deus por ter contribuído para a conversão de muitos apenas limpando o chão e os banheiros da casa onde o curso foi realizado.

Como no futebol, como no vôlei, também no CLJ é importante que saibamos porquê vencemos. Digo com a convicção de quem já venceu e de quem já viu muitos vencerem em Cristo: o segredo está no que entendemos por doação, por caridade. O segredo da vitória em um momento de espiritualidade, em uma palestra ou em um curso de três dias está em fazer com amor, não esperando absolutamente nada em troca. Se precisamos saber porquê vencemos, voltemos nosso olhar para a Eucaristia e sigamos o seu inesquecível exemplo de doação. Cristo entregou, sacrificou e consagrou seu corpo e sangue em nosso favor. Não desejou a fama, não desejou o reconhecimento, não desejou uma coroa mais brilhosa e dourada. Buscava naquele gesto simplesmente a nossa felicidade. E só por isso, costumo dizer, dividiu a nossa historia – e até a dos ateus – em A.C. (antes de Cristo) e D.C. (depois de Cristo).

A tentativa de enganar o CLJ é a explicação para a derrota, se querem saber. Somos todos apóstolos, operários da grande messe. E o Espírito Santo é que nos capacita para que façamos o melhor de nós e nos prepara para que esperemos em troca do esforço a melhor das recompensas: a conversão do próximo.

Juliano RigattiEu enganei o CLJ
read more

Mais enganados pelo CLJ

4 comments

Sorte nossa ter mais jovens sendo enganados pelo CLJ.

Escrevo esse texto perto das 15h de um sábado. Nesse mesmo horário e dia da semana, há alguns anos já me preparava para sair de casa, violão nas costas, para viver parte do meu sábado em função dessa causa. Enganei-me muito com esse movimento. E ganhei muito com isso.

Agora vejo que mais jovens estão nessa.

Aos sábados à tarde, salões paróquias de centenas de cidades neste e em outros Estados estão repletos de gente engajada nessa causa nobre: levar a mensagem da fé, da esperança e da caridade para mais pessoas. Neste final de semana, em Salvador do Sul (RS), mais um Cenáculo de Maria acontece. Mais de cem jovens voltarão de lá de ânimo renovado e com roteiros do caminho do bem.

Sorte da sociedade. Sorte do nosso futuro e dos filhos dessa geração. Com a desestruturação da família, muito mudou. Muito mais ainda mudará. Nos lares dos ricos, os pais precisam trabalhar e pouco tempo dedicam para a criação adequada de seus filhos. Deixam-nos com alguém para cuidar. Nas casas dos pobres há menos tempo ainda para coisas elementares como diálogo, afeto e compreensão. A necessidade de ter com o que preencher o prato no dia seguinte é a prioridade de pais e mães, com seus filhos numerosos. “É ruim acordar de madrugada pra vender bala no trem. Se eu puidesse eu não seria um problema social”, já ouvimos do Seu Jorge em Problema Social.

A perspectiva divulgada na imprensa essa semana de que já estamos tendo famílias menores é um alento. Talvez aumente a dedicação para preparar os pequenos para a vida. Não há perspectiva de melhora se a educação não acontece. “Não dá pra plantar mandioca pra nascer jabuticaba”, já diria Luiz Vieira, poeta e cantor brasileiro.

Soma-se a isso a educação risível que temos na maioria das escolas do país. O resultado são jovens agindo com pouco limite ético, cada vez mais vulneráveis às armadilhas das drogas, da violência e do crime.

Dia desses participei de um jantar em Canoas pra comemorar os 30 anos do CLJ aqui na cidade. Da geração da internet, dos shopping centers, dos mp3 players ou da necessidade de trabalhar, o movimento ainda consegue reunir mais de uma centena deles. Quase não cabiam na foto final. Sorte da sociedade ter iniciativas como essa e outras como aliadas. Na ausência da família, são eles que preparam exércitos de voluntários para uma guerra moral que é travada todos os dias nas escolas, nas ruas, nas salas de estar, nos quartos fechados. Batalhas e batalhas já põem em trincheiras opostas a virtude e a ganância, a honestidade e a individualidade, a solidariedade e o egoísmo. Sorte dos pais que têm seus filhos no caminho do bem. Sorte deles. Sorte da sociedade. Mais sorte que juízo.

————————
Abaixo, alguns depoimentos que recebi do exército do bem. Se quer ler mais, clica aqui.

Marla
Ai, Ju, coisa boa te ler sobre o CLJ – sim, eu também fiz! E realmente foi muito legal.
Adorei!
Bjão 

Adriele Feix
oiiii!
estava fazendo uma pesquisa no Google e encontrei teu texto!
levei um grande susto ao ler o título, mas fiquei muito feliz ao terminar de lê-lo!!!
texto maravilhoso!!!
escrito por um ser iluminado pelo Espírito Santo!!!
parabéns!!!
participo do CLJ da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Estância Velha, Diocese de Novo Hamburgo…
fica com Deus!
que Ele te projeta e guie teus passos sempre!!!
abraço!
Shalom!

Naná
A Paz de Cristo!!!
Olá!!!

Estava querendo ver uns cantos de outros movimentos e encontrei o seu texto.
fiquei pensando o que será que levara uma pessoa a pensar assim????
Por curiosa resolvi ler, mas fiquei muirto feliz ao terminar de lê-lo!
Eu não conheço o Canta Brasil, mas o CLJ conheço bem, a pouco tempo fez 7 anos que estou nele, e concordo com o que você escreveu, sendo que é bem parecido com o que eu já fiz, tirando a parte de ensinar violão, e colocando a meia-lua.
Faço parte do CLJ da Paróquia São Cristóvão, de Estrela, recentemente Diocese de Montenegro.
Fique na paz, e continue a fazer esse trabalho maravilhoso, que é de levar o Cristo para todos.

Juliano RigattiMais enganados pelo CLJ
read more