Era uma vez que nossa vida parecia uma redação de vestibular. Começava assim, despretensiosa e tímida. Logo apresentava os argumentos, as justificativas para viver: enriquecer e ser feliz.
Na primeira parte, tratamos de enriquecer. Não esbanjar. Calcular. Cada centavo vale muito se amontoado com os outros. Dá um monte, se tu cuida. Aplica, investe, não fica com o dinheiro parado. Doa, ajuda, não fica com tudo pra ti. Divide. Mas não dá tudo também, não seja trouxa, trabalhaste pra ganhar. Disciplina. Guarda cada mês um pouco. Pro teu futuro.
Depois, é hora da felicidade. Sejas honesto, cuida da tua saúde, encontra uma esposa bacana pra ti. Que seja o oposto, que seja igual a ti. Parecida. Faça cursos, não pára de estudar, não pára no tempo. Perdoa, não faz inimigos: o mundo dá voltas. Reza, descansa, acredita. A vida acontece antes dentro da tua cabeça. Corre ou caminha. Tens que fazer alguma coisa. Nem come tudo que te colocam na frente. Sobretudo, vive. Tenhas antes medo de morrer do que medo de viver.
Ao final, no último parágrafo da vida, olha pra trás e conclui. O quê? Sem grana e sem amigos? Com a pessoa errada? Mas fizeste tudo como mandou ele. Tudo que te orientou o senso comum. Não tens nada? Nem conjugações fizeste certo? Nem 30 linhas sequer? Então anula. Risca e começa tudo de novo.
4 comments
Join the conversationJac - 31 de outubro de 2006
Às vezes passou tempo demais e não dá pra começar de novo.
Beijos
Tyska - 1 de novembro de 2006
Êta. Tais te puxando hein? Muito bom isso.
Juliano - 2 de novembro de 2006
Sempre dá pra começar de novo. Riscar e começar tudo de novo. Por outros caminhos. Novas possibilidades.
Sei que acredita nisso. Beijo.
Juliano - 2 de novembro de 2006
Que nada, nada que meia hora de trem às onze da noite não inspire.
Ah, terás em primeira mão a Primeira Impressão, assim q sair. É o mínimo q posso fazer pra essa assessora tão competente. =D
Beijo.